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Agentes penitenciários realizam parto de emergência no Presídio Madre Pelletier

Menina nasceu dentro da viatura antes de ser conduzida à maternidade

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04/08/2015 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - Na foto: Presídio Feminino Madre Pelletier. Matéria sobre locais de tortura durante período da ditadura. Foto: Guilherme Santos/Sul21
Parto foi assistido por agentes penitenciários
Por Breno Serafini

Um fato inusitado aconteceu no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, às 20h10 da última terça-feira (30), com final feliz. Os policiais penais de plantão receberam um chamado às pressas das presas do pavilhão B1, pois uma gestante queixava-se de dores na barriga. Para surpresa de todos, na verdade descobriu-se que eram dores de parto, mesmo que ainda faltando duas semanas, segundo relato da mãe da criança.

Mais do que prontamente, enquanto a supervisora do plantão, Jessica Marlei Ramos da Silva, ligava para a SAMU, foi organizada uma escolta, para acompanhá-la ao hospital. Mas ao entrar na viatura que faria o transporte, a presa começou a sentir contrações, com o rompimento da bolsa amniótica, o que exigiu a intervenção imediata da agente penitenciária Michele Michels, que, servindo-se de luvas e toalhas, orientou e fez o parto, ajudada pela colega Suellen Mulhmann, enrolando o bebê em um cobertor, para mantê-lo aquecido junto à mãe até a chegada da equipe do SAMU, que cortou o cordão umbilical e fez os procedimentos necessários.

Depois disso, a mãe e recém-nascido, uma menina, foram acompanhados pelas agentes penitenciárias Michele e Suellen ao Hospital Presidente Vargas, hospital de referência em Maternidade. Segundo a agente Michele, bióloga de formação, “foi uma comoção geral entre toda a equipe da casa prisional, um momento de emoção e adrenalina com final feliz”. Para ela, particularmente, “poder ajudar em um momento tão importante, quando uma criança vem ao mundo, é uma satisfação muito grande, que vai muito além de sua atuação enquanto agente penitenciária”.

Segundo a diretora da casa prisional, Quelen Ross, mesmo não sendo a primeira vez que isso acontece na história do Madre Pelletier, pois há muitas gestantes, de certa forma já fazendo parte do nosso dia a dia, “é sempre uma satisfação poder contar com uma equipe que se dispõe a se doar, que vai muito além das suas obrigações profissionais, não fugindo de sua responsabilidade quando é chamada intervir”.

Neste momento, a mãe e o bebê estão na maternidade e passam bem. Vitória é o nome da criança.

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