Adolescentes e jovens adultos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) realizaram, entre terça e quarta-feira (10 e 11/12), as provas do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob Medida Socioeducativa que Inclua Privação de Liberdade (Enem PPL). A Fase contou com 81 socioeducandos participantes nas oito regionais do Estado, um aumento de 76% na comparação com o ano passado.

Aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 2010, o exame avalia o desempenho dos participantes que concluíram o Ensino Médio. A Fase esteve representada por estudantes de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.

A partir de critérios utilizados pelo Ministério da Educação, permite o acesso ao ensino superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

O Enem PPL tem o mesmo formato da avaliação do modelo tradicional, com 180 questões objetivas de Linguagens, Tecnologias, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e redação.

“Como eu prefiro português, achei a prova de matemática a mais difícil, mas no geral não estava muito complicado”, avaliou um socioeducando de 19 anos atendido pela unidade de internação em Caxias do Sul. Estudante do 2º ano na Escola Estadual de Ensino Médio Paulo Freire, ele prestou o exame com a expectativa de ingressar na Universidade para cursar o bacharelado em Direito.

Até o final do ano, o jovem concluirá o ensino médio por ter sido contemplado com outro programa educacional, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja PPL). “Além da faculdade de Direito, também sonho em fazer Psicologia”, completou.

Na Fase, os socioeducandos são preparados pelos professores da Secretaria da Educação (Seduc), que atendem as escolas vinculadas. Já durante a aplicação das provas, os adolescentes são acompanhados por servidores das duas instituições. 

Texto: Saul Teixeira/Ascom Fase