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Cerca de 500 pessoas privadas de liberdade participam da quarta edição da Feira do Livro do Sistema Prisional

A ação alcançou 42 estabelecimentos prisionais, nas dez regiões penitenciárias da Polícia Penal

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O escritor Otávio Júnior dialogou com os apenados por meio de uma transmissão on-line - Foto: Divulgação Polícia Penal

Neste ano, a quarta edição da Feira do Livro do Sistema Prisional, ação conjunta entre a Secretaria do Sistema Penal e Socioeducativo (SSPS), a Polícia Penal e a Câmara Rio-Grandense do Livro, levou à Casa de Cultura Mário Quintana o autor da obra "O livreiro do Alemão", o escritor Otávio Júnior, que dialogou com os apenados, por meio de uma transmissão on-line, nesta quarta-feira (13/11). A ação alcançou cerca de 500 pessoas em privação de liberdade em 42 estabelecimentos prisionais, nas dez regiões penitenciárias. O evento aconteceu concomitantemente à 70ª Feira do Livro de Porto Alegre, que teve início no dia 1º de novembro.

Criado no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Otávio mudou sua visão de mundo ao encontrar um livro no lixo quando tinha oito anos e criar, após alguns anos, um projeto de leitura na comunidade na qual vivia. “Desde muito jovem eu descobri a importância da leitura na minha vida e percebi o quanto ela ajudou a dinamizar a minha concentração. Quando um livro é aberto, existe uma jornada incrível de conhecimento. A minha literatura fala muito sobre o povo da favela. As pessoas desejam ler minhas histórias porque olham essas imagens nas capas do livro e se sentem representadas”, relatou. Ele ainda respondeu perguntas e deu dicas às pessoas privadas de liberdade que acompanhavam on-line.

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O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, reforçou a importância de os apenados manterem o contato com a leitura dentro do contexto prisional. “Apesar de as pessoas estarem privadas de liberdade, elas precisam se manter ocupadas, de diversas formas, e sabemos que a leitura liberta – não somente a mente, mas também possibilita a diminuição da pena, por meio de projetos de remição. Enquanto gestores, temos o compromisso de garantir e incentivar a leitura para todas as pessoas do sistema prisional.”

A Feira do Livro do Sistema Prisional 0é um dos muitos programas desenvolvidos para o público em privação de liberdade, com o objetivo de promover a educação continuada, por meio de rodas de leitura e ensino regular. Segundo a diretora do Departamento de Tratamento Penal da Polícia Penal, Rita Leonardi, a ressocialização é um dos pilares da instituição e ela só é possível se houver acesso, principalmente, à educação. 

“A participação do sistema penitenciário na Feira do Livro é muito importante, pois abre portas para que as pessoas privadas de liberdade se vejam como protagonistas de suas histórias e tenham a oportunidade de ressignificá-las por meio dos livros e de contos transformadores”, afirmou ela.

A Feira do Livro

Desde 1955, Porto Alegre realiza a Feira do Livro, que, em 2024, completa 70 anos. Neste ano, o evento ocorre em meio aos desafios após as enchentes ocorridas em maio, o que afetou mais de 24 empresas do ramo, com perdas materiais e de estoques. A edição deste ano conta com 72 bancas e mais de mil eventos culturais gratuitos.

A Feira acontece até o dia 20 de novembro, das 10h às 20h, na Praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre.

Texto: Marcelle Schleinstein/Ascom Polícia Penal

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