Combate à tuberculose e hepatite C no sistema prisional mobiliza ações integradas em todo o Rio Grande do Sul
Oficinas e rodas de conversas foram realizadas nas dez Regiões Penitenciárias do estado
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Ao longo do primeiro semestre deste ano, diversas capacitações com foco no combate à tuberculose e hepatite C foram realizadas para trabalhadores que atuam no sistema prisional gaúcho. Os resultados e os encaminhamentos dessa iniciativa foram apresentados, de forma virtual, no evento “Quebrando barreiras: encontro da comunidade carcerária e mostra de ações integradas no combate à tuberculose e hepatite C”, nesta quinta-feira (27/6). O projeto foi promovido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), com o apoio do governo do Estado.
O Quebrando Barreiras desenvolveu oficinas e rodas de conversa nas dez Regiões Penitenciárias do estado, abrangendo servidores penitenciários, trabalhadores em saúde das equipes de atenção primária prisional, professores dos Núcleos Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (Neeja), conselheiros da comunidade, voluntários de organizações religiosas, dentre outros profissionais.
Nesses encontros, foram abordados tópicos como identificação precoce de sintomas, diagnóstico, importância do tratamento, estratégias de vigilância em saúde, importância do controle social e das escolas na promoção da saúde dentro do sistema prisional.
Durante a abertura do encontro, o diretor-geral da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Pablo Rodrigues, reforçou a importância de parcerias do governo do Estado com a academia.
Sob coordenação do Núcleo de Pesquisa e Extensão com Foco no Sistema Prisional (Nupesisp) da Unisc, o projeto teve o apoio da SSPS, da Polícia Penal, da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e da Secretaria Estadual da Educação (Seduc). Com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), por meio do Ministério da Saúde, foram alcançadas diretamente cerca de 450 pessoas do público-alvo.
“Essa história de projetos que vêm sendo realizados entre a Unisc e todas essas instituições ocorre há mais de dez anos, com muito trabalho e crescimento. Cada vez mais, a gente vê a importância de fazer um trabalho interdisciplinar e intersetorial, e a gente tem conseguido atingir nossos objetivos. Assim, conseguimos fazer com que as atividades e ações de saúde no sistema prisional sejam ainda mais qualificadas, sendo trabalhadas de forma integrada”, afirmou a professora da Unisc e coordenadora do projeto, Lia Possuelo.
O encontro também possibilitou o compartilhamento de experiências entre os coordenadores técnicos das Regiões Penitenciárias sobre as rodas de conversa que ocorreram no primeiro semestre do ano. Foi realizado ainda o lançamento de documentos técnicos orientativos, desenvolvidos neste período. Os materiais contêm informações sobre o impacto das doenças infecciosas no sistema penal, além de orientações sobre as contribuições do controle social para ações de vigilância em saúde no ambiente prisional.
A técnica superior penitenciária da Divisão de Saúde Prisional do Departamento de Tratamento Penal da Polícia Penal, Rosane Gomez, destacou a importância de iniciativas como essa para o sistema prisional gaúcho. “Essas ações de educação em saúde que ocorreram ao longo da execução do projeto trazem ganhos importantes para o sistema prisional, tanto para a qualificação dos profissionais das diferentes áreas que atuam no sistema quanto para a ampliação das possibilidades de cuidado a essa população que é atravessada por diversas vulnerabilidades.”
Neste primeiro semestre, os Neejas de cada região penitenciária também elaboraram projetos pedagógicos informativos sobre a temática, que foram apresentados na parte da tarde do evento. O objetivo dessa ação foi capacitar os professores e possibilitar que os alunos se transformem em transmissores do conhecimento adquirido sobre prevenção e diagnóstico de tuberculose e da hepatite C para as demais pessoas privadas de liberdade e para os familiares que os visitam.
Texto: Rafaela Pollacchinni/Ascom SSPS