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Seminário debate os direitos e cidadania das mulheres privadas de liberdade e egressas

Evento foi realizado no auditório do Ministério Público e contou com palestras acerca do tema, além de depoimentos

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- - Foto: Jurgen Mayrhofer
Por João Pedro Rodrigues / Ascom SSPS

A Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) realizou, nesta quinta-feira (16), o evento “Mulheres (In)visíveis: direitos e cidadania das mulheres privadas de liberdade e egressas”, em alusão ao Mês da Mulher. O seminário aconteceu no auditório do Ministério Público (MPRS), em Porto Alegre, e contou com palestras acerca do tema, apresentações culturais e depoimentos de apenadas, que falaram um pouco sobre a sua experiência no sistema prisional.

A atividade, que teve uma programação das 10h às 16h, foi organizada com o objetivo de chamar a atenção de gestores de políticas públicas e da sociedade em geral para as demandas e necessidades das apenadas e egressas do sistema prisional gaúcho.

Durante a abertura, os participantes ficaram um minuto em silêncio, em homenagem à ex-superintendente adjunta dos Serviços Penitenciários, Michele Cunda, recentemente falecida.

Iniciado o encontro, o secretário adjunto da SSPS, Cesar Kurtz, reiterou a necessidade do evento, que busca entender quem é esta mulher privada de liberdade, a fim de proporcionar um espaço digno para o cumprimento da pena. “No sistema prisional, a mulher também vive uma situação muito diversa do homem. Em razão disso, cada vez mais, nós, como administração, devemos atentar para as características e necessidades específicas deste público. Hoje, trabalhamos com um grupo de seis mulheres nos nossos departamentos, justamente para conseguirmos medir e melhorar esta situação”, acrescentou.

A superintendente adjunta da Susepe, Deisy Vergara, destacou a importância de haver espaços, como o Comitê de Políticas Públicas de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional do Estado, e de eventos como o Mulheres (In)visíveis, com o objetivo de fomentar o debate sobre a equidade de gênero. “É preciso falar de absurdos que estão postos até hoje, como a desigualdade salarial; a desigualdade de oportunidades; o preconceito em razão de ser mulher e mãe; a violência física, moral, emocional, dentre outros”, frisou.

Palestra foi realizada no auditório do Ministério Público

Em seguida, foi realizada a primeira palestra do dia, que tratou sobre os desafios do feminismo contemporâneo, além de abordar o ciclo de violência contra a mulher, ministrada pela advogada, pesquisadora, pós-doutora em Direito e professora da Fundação Escola Superior do Ministério Público e da Universidade Federal do Rio Grande, Raquel Sparemberger.

Depois, ainda pela manhã, foi a vez da coordenadora do Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Em Frente, Mulher), Giovanna Foppa. Na ocasião, ela apresentou um pouco do trabalho realizado pelo grupo, que tem como objetivo central fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover uma mudança de cultura entre os gaúchos, valorizando a proteção da mulher na sociedade, em todas as suas formas, e tendo como premissa a atuação integrada.

Com a finalidade de promover a inclusão social e alcançar o maior número de mulheres e meninas em cumprimento de pena e/ou medidas socioeducativas, o evento também foi transmitido no formato on-line para as privadas de liberdades e às socioeducandas do Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Estado do Rio Grande do Sul.

A ação é fruto de um esforço conjunto das secretarias do Estado e dos órgãos do Poder Judiciário que compõem o Comitê de Políticas Públicas de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional do Rio Grande do Sul.

Também estiveram presentes a desembargadora, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Lizete Andreis Sebben; a coordenadora do Grupo Especial de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Gepevid) do MPRS, Carla Frós; a defensora pública e dirigente do Núcleo de Defesa em Execução Penal (Nudep) da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Cintia Luzatto; a desembargadora e ouvidora da Mulher do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), Jane Vidal; a promotora e integrante do Grupo Especial de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Karinna Orlandi; e o presidente do Conselho Penitenciário, Nilton Caldas.

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