Simpósio estadual da Fase debate experiências e alternativas para a qualificação do trabalho socioeducativo no RS
Servidores de todo o Estado apresentaram ações ligadas à diversidade, ao trabalho socioeducativo e ao protagonismo juvenil
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A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) promoveu o Simpósio Estadual Sobre Socioeducação para debater as atualizações do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e compartilhar ações e projetos desenvolvidos nas oito regionais do Estado. A iniciativa, realizada na quarta e na quinta-feira (27 e 28/11), aconteceu na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
Os trabalhos do simpósio foram apresentados oralmente ou expostos em banners. No primeiro dia, as experiências trataram sobre temas como tecnologia, metodologias no atendimento socioeducativo e protagonismo dos adolescentes. Foram pautas também as ações exitosas nas áreas da profissionalização, as práticas formativas das escolas anexas às unidades e os projetos e as oficinas de arte, cultura e lazer. O Eixo 1 teve como mediadores o chefe do Núcleo de Esporte Lazer, Cultura e Espiritualidade (Nelce), Pedro Falkenbach Júnior, e a assistente social Maria Cristina Stoduto.
“Estamos avançando na qualificação do atendimento socioeducativo em todo o Estado. Agradeço a todos os servidores pelo trabalho dedicado que desempenham à frente de suas unidades”, disse o presidente da Fase, José Stédile, acompanhado das diretoras Socioeducativa, Cláudia Patel, e Administrativa, Simei Pilotti. “O Simpósio está reunindo 58 trabalhos dentro da nossa missão institucional de criarmos novas perspectivas de vida aos adolescentes e jovens adultos”, completou.
Na quinta-feira, foram expostas práticas promovidas nas unidades de internação e de semiliberdade dentro da ótica da diversidade e socioeducação. As atividades são marcadas pelo respeito à pluralidade, por meio de atividades que abordam questões relacionadas a gênero, sexualidade, raça, diversidade religiosa, identidade e pertencimento. A diretora da unidade de Semiliberdade de Uruguaiana, Vanessa Porto, e a psicóloga Fernanda Almeida, que atua no Centro de Internação Provisória Carlos Santos, em Porto Alegre, mediaram os debates do Eixo 2.
O simpósio contou com apresentação da Banda Liberdade, composta por servidores e socioeducandos do Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Passo Fundo (Case). Também houve a participação da oficina de percussão do Centro de Convivência e Profissionalização (Ceconp), de Porto Alegre, que tem o objetivo de resgatar e difundir os valores da cultura afro-brasileira, combater o racismo estrutural e promover a consciência negra.
Na quinta-feira, as atrações culturais ficaram por conta dos jovens e servidores do Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Uruguaiana (Case), que apresentaram números do projeto “Café, Música, Teatro e Poesia”. Um socioeducando do Case Caxias do Sul também tocou músicas autorais. À tarde, jovens e trabalhadores do Case Santo Ângelo demonstraram os resultados de algumas oficinas realizadas na unidade, entre elas, o projeto "Música Asas da Liberdade".
“Estou muito feliz por representar os socioeducandos na abertura do evento. É muito bom ver tantas pessoas reunidas com objetivo de melhorar o atendimento nas unidades e para nos ajudar neste momento”, disse um jovem de 15 anos, atendido pela unidade de Semiliberdade de Uruguaiana há 60 dias. “A Fase não é o fim, mas sim, a oportunidade para recomeçarmos”, disse.
Participaram do evento a diretora do Departamento de Políticas Socioeducativas da SSPS, Gabriela Cruz, o assistente técnico do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Alex Vidal, a coordenadora do Serviço Social da Indústria (Sesi/RS), Hilda Liana Silva Diel, a coordenadora de aprendizagem e desenvolvimento social do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE/RS), Melania Lisiak, diretoras das escolas estaduais anexas às unidades de internação da Fase, bem como servidores e socioeducandos das oito regionais: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.
Painéis temáticos
A programação também contou com painéis sobre saúde mental, com a presença da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Fernanda Amador, psicóloga, especialista em Saúde Mental e doutora em Educação. Estavam presentes, virtualmente, a doutora em Ciências Sociais e professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Jalusa Silva de Arruda, e a especialista em Saúde Mental Infanto-Juvenil e doutoranda em Política Social da Universidade de Brasília (UnB), Renata Priscila Oliveira Fonseca, além do assistente social e integrante do Grupo de Estudo em Saúde, Política Social e Sociedade (GEPSaúde) da UnB, Matheus Trindade de Souza.
Em destaque, ainda, o painel Direitos Humanos e a Segurança Socioeducativa, realizado na quinta-feira. Com mediação da diretora Socioeducativa da Fase, Cláudia Patel, os debates contaram com a presença do professor e coordenador do Observatório da Socioeducação e dos Jogos Pedagógicos da UFRGS, Maurício Perondi, e da doutora em Sociologia e coordenadora do mestrado profissional em Segurança Cidadã da UFRGS, Melissa Pimenta, além da participação virtual do superintendente de Segurança da Fundação Casa-São Paulo, Denis Gomes.
O evento foi liderado pela Diretoria de Qualificação Profissional e Cidadania (DQPC), por meio da Coordenação de Formação Permanente (CFP), da Coordenação Pedagógica (CP) e do Núcleo de Treinamento, Estágios e Voluntários (NTEV). Nas mesmas datas, também ocorreu a 3ª edição da Mostra Cultural.
Texto: Saul Teixeira - Ascom Fase