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Apenadas da Penitenciária Feminina de Torres assistem ao documentário Olha pra Elas

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Cerca de 60 mulheres privadas de liberdade participaram da exibição
Cerca de 60 mulheres privadas de liberdade participaram da exibição - Foto: Jürgen Mayrhofer/Ascom SSPS

Cerca de 60 mulheres privadas de liberdade da Penitenciária Estadual Feminina de Torres (PEFT) assistiram ao documentário Olha pra Elas, que trata da temática do aprisionamento feminino, na tarde da última quinta-feira (27). A iniciativa é da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) e dos realizadores do filme, Tatiana Sager e Renato Dornelles.

Produzido pela Panda Filmes e pela Falange Produções, o documentário trata de questões acerca das especificidades de ser mulher no sistema prisional. No Rio Grande do Sul, 43 mil pessoas vivem em privação de liberdade, e, em torno de 2,5 mil, são mulheres. As particularidades da população feminina no cárcere demandam especial atenção, tanto no aspecto assistencial quanto no de custódia.

Segundo a diretora do PEFT, Juliana Malacarne, a exibição do filme, além de dar visibilidade para essa população, ainda permite que a unidade coloque em prática as normativas do tratamento penal da Susepe, possibilitando que o documentário seja visualizado também pelas apenadas. “Este filme é uma oportunidade de mostrarmos para a sociedade que estas mulheres estão privadas de liberdade, sim, mas são parte da sociedade, são mães, filhas, irmãs de outras mulheres que seguem na luta por direitos e inclusão e retornarão para a nossa comunidade. E, pensando nisso, o presídio de Torres busca disponibilizar o tratamento penal em sua totalidade, desde os cuidados de saúde, o acesso ao estudo por meio do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos, os cursos de capacitação e trabalho prisional”, ressaltou.

Já o diretor-geral adjunto da SSPS, José Nosvitz Pereira de Souza, parabenizou a Susepe e destacou a importância de eventos como este para a ressocialização de presas. Segundo ele, “a exibição do documentário para as apenadas é fundamental, pois visa a um trabalho de ressocialização e é também um trabalho de inclusão. Este é um momento importante de aproximação delas com a sociedade. O filme é uma forma de trazer para elas um novo olhar, mostrando que dá para recomeçar”.

Para as presas que assistiram ao filme, fica a identificação com as personagens retratadas e o desejo de se reintegrar à sociedade com novas oportunidades e menos preconceito, como é o caso de Cecília, que cumpre pena de 27 anos por latrocínio: “Eu gostei bastante do documentário, porque são coisas que a gente vive também. A gente tenta aprender com nossos erros. Eu vejo o filme e me entristeço porque também tenho filho e fui julgada por muitas outras coisas. Eu tento sempre ser uma pessoa melhor aqui dentro para poder ser melhor recebida pela sociedade lá fora. Acredito que o documentário vá esclarecer algumas coisas para as pessoas de fora, porque tem gente aqui dentro que quer mudar de verdade e voltar a trabalhar dignamente, voltar para a família. Nós queremos nos redimir e ser uma pessoa melhor lá fora, mas muitas pessoas fecharam as portas para nós”.

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- - Foto: Jürgen Mayrhofer/Ascom SSPS

 

Após a exibição do documentário, em uma parceria com o Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro) e empresários locais, foram oferecidas pizzas e refrigerantes para as apenadas.

Também participaram da atividade a coordenadora do Trabalho Prisional do Departamento de Tratamento Penal (DTP) da Susepe, Fernanda Dias; a coordenadora da Educação Prisional do DTP, Iarani Lauxen; a técnica superior penitenciária (TSP) do Departamento de Saúde do DTP, Débora Rodrigues; e a TSP do Departamento de Políticas Penais da SSPS, Débora Ferreira.

Autoridades da região também prestigiaram o evento, como a juíza da Vara de Execução Criminal (VEC) de Torres, Marilde Angélica Goldschmidt; as assessoras da VEC Raquel Stracke Alves e Natália Homem Daros; o delegado da Polícia Civil, Marcos Vinícius Muniz; o presidente da OAB Subseção Torres, Jhonatan Aguiar, e o advogado Nicolas Bereta; representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; a assistente social do CRAS, Juciani Pereira; a vereadora e procuradora da mulher, Carla Daitx; o vereador e membro do Consepro, Gibraltar Cipriano Vidal, e o presidente da Consepro, Nasser Samahann.


Nome fictício para preservar a identidade da apenada

Serviço

O filme entrará em cartaz para o público a partir de 11 de maio na cinemateca da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre.

Prêmios e indicações

 

  • FAM Florianópolis Audiovisual Mercosul -  melhor filme (2020)
  • 37º Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo - 3º melhor documentário (2020)
  • FESTin Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa - seleção oficial (2022)
  • Valência Indie Film Festival - european premiere (2020)
  • III Festival de Cinema Negro em Ação - seleção oficial (2022)
  • Caminhos Festival Cinema Português - filmes da lusofonia  XXVII (2021)

 

 

Texto: Marcelle Schleinstein/Ascom Susepe

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