O Instituto Penal de Uruguaiana (IPU) está construindo uma sala de leitura na unidade e, na quarta-feira (25), para ajudar a equipar o acervo, recebeu uma doação de livros do Serviço Social do Comércio (Sesc). 

Os livros recebidos pela doação serão utilizados no projeto Remição pela Leitura, que beneficia, atualmente, 10 apenados do IPU. A comissão de leitura do projeto, formada pelas agentes penitenciárias Kerollen Santos e Gianni Goicoa e pela técnica superior penitenciária Valeria Lunardini, seleciona os apenados, distribui os livros, monitora os resumos feitos após a leitura e encaminha os mesmos para a correção, que é feita por professoras que atuam no Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) da Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana (PMU). 

O projeto Remição pela Leitura é orientado pela ordem de serviço nº 01/2021 da Susepe/RS, emitida pelo Departamento de Tratamento Penal (DTP), a qual prevê a redução de pena de quatro dias por livro lido, sendo que podem ser utilizados até 12 livros por pessoa como forma de remição de pena. A ordem estabelece diretrizes para a implementação dessas atividades, incluindo a formação de comissões permanentes de fomento à leitura em cada unidade prisional. Segundo dados do DTP, a maioria dos estabelecimentos penais conta com a proposta de remição pela leitura. Em maio, 4.325 pessoas privadas de liberdade estavam participando do programa.

A chefe da Divisão de Educação Prisional, Carolina Di Georgio Beck, explica que o projeto é uma prática educativa não formal que visa incentivar o hábito da leitura entre apenados. “O objetivo da avaliação não é julgar aspectos formais da escrita, mas verificar se a leitura foi realmente realizada”, afirma.

Iniciativas que incentivam a prática da leitura dentro do sistema prisional têm ganhado espaço e demonstrado sua importância. De acordo com o último Censo Nacional de Práticas de Leitura no Sistema Prisional, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em outubro de 2023,  a maioria dos estabelecimentos prisionais pesquisados, 61,2%, declarou possuir espaços de leitura para os apenados.

Lucille Soares/Ascom Polícia Penal