Nesta sexta-feira (20/12), no Complexo Prisional de Canoas, 73 pessoas privadas de liberdade receberam certificados de conclusão do ensino fundamental e 42 do ensino médio, em uma formatura coletiva realizada na unidade prisional, totalizando 115 formandos. Por meio do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (Neeja), os apenados tiveram acesso à educação formal e puderam concluir os estudos.

Na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) I, outra formatura foi realizada nesta semana, na quinta-feira (19/12), em que 23 formandos receberam o diploma do ensino médio. Somados aos do Complexo, foram 138 apenados que conquistaram a diplomação nesta semana na região.

A chefe da divisão de educação da Polícia Penal, Carine Dias, avaliou este momento como uma realização importante para os apenados. “Sabemos que a maior parte do público que está cumprindo pena não acessou esse espaço na idade mais adequada na infância. É essencial para que, posteriormente, eles consigam se elevar profissionalmente, em áreas que necessitam da conclusão dos ensinos fundamental e médio”, destacou.

Fernando* é um dos apenados que concluiu o ensino fundamental por meio do Neeja. Durante a formatura, ele discursou de forma emocionada sobre o futuro. “A vida é cheia de oportunidades e com vários caminhos. Espero que cada um de nós consiga fazer as melhores escolhas, deixando que nossos sonhos e aprendizados nos guiem. Que a esperança e determinação nos acompanhem. Enfrentaremos o que vier assim como enfrentamos sempre. O futuro é promissor e nosso potencial é ilimitado.”

Atualmente, a Polícia Penal gaúcha possui vínculo com 29 Neejas e conta com 39 turmas descentralizadas, que funcionam como extensões dos Núcleos, sendo 3.032 apenados matriculados no ensino fundamental, e 1.320, no ensino médio, no total de 4.352 alunos. Há ainda os detentos que não estão vinculados aos Núcleos, mas continuam se capacitando através do estudo, sendo 93 alunos matriculados no ensino superior; 40, em cursos técnicos; e cinco, na pós-graduação.

No Rio Grande do Sul, a educação formal para pessoas privadas de liberdade é organizada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio dos Neejas. Os Núcleos funcionam como pequenas escolas dentro dos estabelecimentos prisionais e oferecem ensino fundamental e médio. Eles contam com salas de aula, direção própria e secretaria.

*Nome fictício para preservar a identidade da pessoa privada de liberdade.

^{Texto: Arthur Alves, sob supervisão de Rodrigo Borba/Ascom Polícia Penal.}