As produções artísticas desenvolvidas pelos adolescentes e jovens adultos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) em 2024 foram apresentadas na quarta e quinta-feira (27 e 28/11), durante a 3ª edição da Mostra Cultural, realizada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre. Os materiais são resultado das oficinas ocupacionais e de preparação para o mercado de trabalho promovidas pelas unidades de internação e de semiliberdade nas oito regionais do Estado.

As atividades garantem o contato dos socioeducandos com práticas como artesanato, cultura, expressão artística, educação ambiental e formação humana. Organizado pela Diretoria Socioeducativa (DSE), por meio da Coordenação Pedagógica, o evento é um dos destaques do calendário anual de atividades da Fase.

“Tivemos um ano desafiador e o simples fato de estarmos aqui, reunidos com os colegas de todas as regionais, já é motivo de comemoração. Essas atividades servem como oxigênio para o nosso trabalho”, disse a diretora socioeducativa Cláudia Patel. Também presente, o presidente da Fase, José Stédile, visitou os estandes e destacou que o momento é de celebrar os resultados do ano e de projetar os próximos desafios.

Conforme a legislação, as oficinas podem ser executadas por socioeducador, instrutor de artes, equipe técnica ou por integrantes do Programa de Serviço Voluntário da Fase.

“As oficinas são um incentivo para os socioeducandos e quando temos eventos, como a Mostra Cultural, eles se dedicam ainda mais às atividades”, relata Jane Baisch, que atua há 20 anos no Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Passo Fundo (Case PF). A agente socioeducadora é responsável pela oficina de origami que contempla cerca de 40 adolescentes e jovens adultos. “Estamos sempre pesquisando, buscando novos modelos e ideias para os trabalhos. É uma atividade que eles gostam bastante e, inclusive, levam para os dormitórios à noite”, completou.

A comercialização dos produtos entre os servidores também mobilizou os presentes. As unidades disponibilizaram artigos como panos de prato, bijuterias, almofadas, enfeites natalinos, amigurumis e alimentos, como pizza, bolo e pão caseiro. Caso a atividade proporcione ganho financeiro, os adolescentes também recebem orientações sobre como administrar o recurso.

“É uma baita experiência que eu jamais teria na rua”, refletiu um socioeducando de 18 anos do Case Pelotas, ao comemorar a presença na Mostra Cultural. Estudante do 3º ano do Ensino Médio, ele realiza diversas oficinas, como de artesanato, crochê e, sobretudo, da técnica conhecida como amigurumi. “Levei quase um mês para aprender a fazer ‘certinho’. Hoje em dia, consigo finalizar um trabalho em apenas um dia”, completou o jovem atendido pela unidade há 14 meses.

O evento foi realizado em paralelo ao “Simpósio Estadual Sobre Socioeducação: Diversidade, Trabalho Socioeducativo e Protagonismo Juvenil”, que também contou com apresentações artísticas de adolescentes e servidores.

Texto: Saul Teixeira - Ascom Fase