Visibilidade trans é tema de live para jovens dos centros da juventude do RS
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Na última segunda-feira (31), a Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS), por meio do Programa de Oportunidade e Direitos (POD), organizou uma live sobre visibilidade trans para os jovens dos centros da juventude (CJs) do RS. A iniciativa fez parte da programação do Mês da Visibilidade Trans, celebrado em janeiro, promovida nos CJs de Porto Alegre - Rubem Berta, Lomba do Pinheiro, Cruzeiro e Restinga -, Viamão e Alvorada.
Com o objetivo de abordar temas relacionados à população trans, o encontro, transmitido nas redes sociais do POD, foi mediado por Bárbara e Morgana, jovens trans que fazem parte do Programa.
A abertura contou com a presença do secretário Mauro Hauschild, que ressaltou a importância das ações de proteção das pessoas trans nas áreas abrangidas pela SJSPS. “A política voltada às pessoas trans nunca saiu do nosso radar. O trabalho que estamos fazendo na secretaria, liderado pelas nossas equipes, com o envolvimento da Fase e da Susepe, está focado em fazer a diferença na vida das pessoas, de forma incansável, para garantir respeito, dignidade e inclusão à população trans”, disse.
Hauschild também destacou a decisão pioneira do governo do Estado que, em mais uma representação da pluralidade da população no serviço público gaúcho, assinou um decreto que cria cotas para pessoas trans em concursos públicos estaduais.
A secretária adjunta da Cultura e primeira mulher trans a ocupar um cargo de direção no governo do RS, Gabriella Meindrad, abordou o papel das pessoas trans nos espaços de liderança. “Cada uma de nós tem uma história, uma contribuição para esse movimento ao longo desses tantos anos de história, de pessoas que passaram inúmeras dificuldades, que não podiam sair na rua. Hoje, felizmente, nós já temos ocupado, embora toda essa violência, espaços importantes”, ressaltou Gabriella.
Em relação aos marcos legais para pessoas trans, o advogado, homem trans e membro da Comissão da Diversidade e Gênero da OAB/RS, Enzo Possebon, foi convidado para falar sobre essa temática com os jovens. “As coisas estão mudando devagar, mas a mudança está acontecendo. Esse tipo de política de efetivação de inclusão faz a diferença porque, embora seja importante promover o Mês da Visibilidade Trans, apenas falar não é suficiente. Precisamos de efetividade e de prática”, disse Enzo.
A delegada de Combate à Intolerância de Porto Alegre, Andréa Mattos, enfatizou o papel da Delegacia como um espaço de escuta e de proteção. "Nós tivemos uma preparação antes da abertura da Delegacia para atender da melhor forma o público LGBTQIA+. Aqui é um ambiente diferenciado, pensamos em cada local da Delegacia para fazer com que as vítimas se sintam ouvidas e confortáveis para contar suas histórias. Estamos dispostos a fazer a diferença."
A presidenta da ONG Igualdade RS, Marcelly Malta Lisboa, debateu sobre a função dos movimentos sociais no acolhimento de pessoas trans. “Eu sempre digo: se nós não construirmos políticas públicas afirmativas para a nossa população, não precisamos estar lá (na associação). Eu lutei a vida inteira pra chegar hoje, aos 71 anos, e poder ainda falar e gritar pelos nossos direitos. Queremos respeito.”
Participaram também da live a diretora do Escritório de Projetos da SJSPS, Gabriela Lorenzet, e o consultor do POD, Ederson Ferreira.